_Obama diz que Comunidade internacional deve agir
Manifestantes sul-coreanos reagem à notícia do teste nuclear do país rival - AP
SEUL e PARIS - A notícia de que a Coreia do Norte realizou nesta segunda-feira um bem-sucedido novo teste nuclear subterrâneo gerou protestos e reações diplomáticas pelo mundo. Nesta madrugada, Pyongyang confirmou que o país conduziu um teste nuclear abaixo da superfície, momentos depois de sensores geológicos do governo sul-coreano detectarem um tremor ativado artificialmente de Kilju, no nordeste da Coreia do Norte, segundo Lee Dong-Kwan, porta-voz do presidente sul-coreano Lee Myung-bak. Diversos governos demonstraram, preocupação e alguns, como Japão e Coreia do Sul, pediram novas sanções contra o regime norte-coreano.( Entenda a crise nuclear na Coreia do Norte )
O porta-voz sul-coreano acrescentou que funcionários dos serviços de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos estão analisando os dados e monitorando a situação.
" O governo chinês exorta todas as partes a lidar com a situação de maneira calma e apropriada "
A China - que, como membro permanente do Conselho, poderia vetar qualquer resolução - pediu a Pyongyang que não agrave a situação. Mas analistas políticos acham que é pouco provável que Pequim aprove sanções mais duras.
"O lado chinês exige com veemência que a Coreia do Norte cumpra suas promessas de desnuclearização, cesse quaisquer ações que possam agravar a situação e retorne ao processo de conversações entre os seis países", disse a China em comunicado. "O governo chinês exorta todas as partes a lidar com a situação de maneira calma e apropriada."
A China há anos vê a Coreia do Norte como amortecedor estratégico contra a extensão das forças dos EUA até sua fronteira. Os responsáveis políticos em Pequim estão equilibrando preocupações com a potencial instabilidade da Coreia do Norte, o enfraquecimento de sua influência sobre o país e os receios de um confronto regional em torno do programa norte-coreano de armas nucleares.
Obama faz pronunciamento sobre os testes
Em um breve pronunciamento na Casa Branca, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que a comunidade internacional deve agir em resposta ao teste.
- Os EUA e a comunidade internacional devem agir diante do teste nuclear da Coreia do Norte.
" Ao atuar em aberto desafio do Conselho
de Segurança das Nações Unidas, Coreia do Norte
desafia direta e irresponsavelmente a comunidade
internacional "
Horas antes, Obama havia emitido um comunicado, afirmando que que as ações norte-coreanas
"são um tema de grande preocupação para todas as nações", e uma "ameaça à paz e à segurança nacional".
"Ao atuar em aberto desafio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Coreia do Norte desafia direta e irresponsavelmente a comunidade internacional", disse.
Durante a madrugada (horário de Brasília), a Coreia do Norte informou que "realizou com êxito o novo teste nuclear subterrãneo como parte das medidas para fortalecer sua força dissuasiva nuclear para a autodefesa". O regime também disse que o teste tem um nível superior em termos de poder explosivo e tecnologica de controle.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se disse profundamente preocupado com o teste.
- Estou profundamente preocupado com a notícia do teste nuclear da República Democrática da Coreia. Eu acompanho a situação de perto na região e estou consultando o Conselho de Segurança da ONU, que vai se reunir de emergência hoje em Nova York - afirmou Ban Ki-moon à TV2 dinamarquesa. - Se confirmado, isto constitui uma clara violação da resolução 1718 de 2006 do Conselho de Segurança, que obriga a Coreia do Norte a não realizar testes nucleares.
O governo do Japão também se pronunciou:
- Se a Coreia do Norte realizou um teste nuclear, claramente violaria resoluções do Conselho de Segurança da ONU, Definitivamente não toleraremos - disse o secretário em chefe do gabinete japonês, Takeo Kawarmura, em Tóquio.
Irã nega cooperação nuclear com Coreia do Norte
" Nos opomos a produção,
armazenamento e proliferação
das armas de destruição em massa "
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, também se pronunciou, nesta segunda-feira, ressaltando que o seu país não mantém nenhuma cooperação nuclear ou armamentista com a Coreia do Norte. O ex-presidente dos EUA, George W. Bush, incluiu os dois países no chamado
"eixo do mal", mas o Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, para geração de eletricidade. O Ocidente suspeita, no entanto, que a República Islâmica tenha um programa de armas nucleares.
- Não temos qualquer cooperação (com a Coreia do Norte) nesta área. Nos opomos a produção, armazenamento e proliferação das armas de destruição em massa - disse Ahmadinejad em entrevista coletiva.
Ahmadinejad disse ainda que as armas de destruição em massa são contra a humanidade e que o mundo deveria livrar-se delas.
- Por que os povos das duas Coreias, da China e do Japão têm disputas entre si? Eles são todos da mesma cultura. Ameaças são uma desvantagem para todo mundo - disse o presidente iraniano.
A Coréia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear em outubro de 2006, três meses após lançar vários mísseis, entre eles um Taepodong de longo alcance, e isso lhe acarretou sanções e a condenação das Nações Unidas. De acordo com a Coreia do Sul, o teste realizado nesta
segunda-feira foi de proporções muito maiores.
fonte:
O Globo
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